Quando se pretende explicar a mentira aos educadores, estes demonstram uma enorme resistência intelectual em aceitar a complexidade da compreensão psicológica da mentira na criança.

Segundo Broyer (1975) acima mencionado, compreender e tentar encontrar quais as razões que levam a criança a mentir, é considerado por muitos adultos uma perda de tempo, porque acham que há crianças mentirosas, assim como as há francas e gentis. Para alguns adultos o facto da criança mentir deve-se à existência de uma malformação psíquica que a impede de ser como os outros e de dizer a “verdade”, assim se explica o facto de muitos ficarem aterrorizados quando se apercebem que o seu filho .

A maior parte das vezes como se sente culpados pelo comportamento dos seus filhos, farão avaliações depreciativas sobre si próprias e sobre a educação que deram às suas crianças.
As reacções dos adultos, podem apresentar os seguintes tipos:

• Lastimar-se aos outros e a si próprio, pelo facto de ter que lidar com uma criança “desequilibrada”.
• “Desligar-se” afectivamente do mentiroso;
• “Arregaçar as mangas” e voltar aos bons e velhos princípios educativos, que tal como diziam os mais velhos sempre foram eficazes, no tempo em que a psicologia não perturbava as mentes com os seus complexos e recalcamentos: recorre-se então, às sanções corporais, ao açoite e à tareia;
• “redobrar de atenção” com esta criança, que muitas vezes fica catalogada como sendo incapaz de perceber a “verdade” e que terá muita necessidade de ter ao seu lado uns pais capazes de a ajudar a ultrapassar este grande, ou talvez, pequeno problema.