<“A GUERRA DOS SINAIS” Narrador: Em dia de tempestade e de grande vendaval! o vento soprou, soprou...e os sinais de trânsito arrancou aqui um sinal, além outro sinal e com a fúria do seu soprar os sinais de trânsito acabou por juntar. então uma coisa mais triste aconteceu: em lugar da desgraça os unir os sinais de trânsito entraram a discutir e cada um gritava – o rei aqui sou “eu” e este espaço é para mim, e é só meu. Sinal triangular: Olhem bem para mim: tenho um chapéu de três bicos como o dum general. Como eu não há igual o rei aqui sou eu e este espaço é só meu. Eu, o sinal triangular É que sei avisar sou o sinal de perigo eu é que sou o verdadeiro amigo do carro e do peão digo e aviso antes de acontecer... como é que um carro há de saber que uma curva vai aparecer ou uma lomba ou um cruzamento, ou passagem de nível, ou entroncamento se não for eu a dizer? Perigo – grito eu com o meu chapéu de três bicos como o de um general como eu não há igual eu é que sou o rei e este espaço é só meu. Narrador:  Então o sinal circular todo de azul, cor do céu, cor do mar entrou também a falar e a ralhar: Sinal circular inteiramente azul: -    Olha, olha o toleirão do sinal triangular falando do seu chapéu de três bicos... Que é isso comparado com o meu fato cor do mar? Eu é que sou amigo do carro e do peão. Eu sou o sinal de obrigação eu obrigo e digo: é por aqui que vais passar por onde a seta te indicar e se for ciclista, é por esta pista. Eu é que sou o rei da sinalização sou o sinal de obrigação circular, todo azul, cor do céu cor do mar. Estou aqui para obrigar e digo – o rei sou eu e este espaço é só meu. -Narrador!  Respondeu o sinal circular com a coroa a avermelhar: Sinal circular com coroa vermelha: Ah, não e não, meus amigos, o rei aqui sou eu que proíbo e digo – não e não: Não podes estacionar! Não podes ultrapassar! Não podes virar! Não podes transitar nos dois sentidos! Ou apenas este sentido é proibido! Eu é que sou amigo do carro e do peão. sou o rei da sinalização pois sou o sinal de proibição. E tanto é verdade que sou rei Que uma coroa a avermelhar minha cabeça vai coroar. Sinal quadrangular: -    Deixem-me falar! O sinal triangular diz que tem um chapéu de três bicos como o de um general... Eu tenho dois chapéus de três bicos pegados e unidos pela diagonal. Sou general a dobrar. O sinal de obrigação anda por aí todo toleirão a gabar o seu fato azul, cor do céu, cor do mar... Ora azul, cor do céu, cor do mar é também o meu trajar... Não sou circular, sou quadrangular, sou o sinal de informação. Eu é que sou o rei da sinalização. Sou o rei a informar onde se pode telefonar, ou comer, ou dormir, onde há hospital ou gasolina, onde fica a oficina que o carro vai concertar. Eu, o sinal quadrangular, vestido de azul, cor do céu, cor do mar, com quatro lados e quatro bicos, aqui, onde me vêem, tenho muitos amigos porque sei informar. E nem preciso de coroa a avermelhar para ser rei e reinar como diz o sinal de proibição que é uma abóbora tola e oca que só sabe dizer não e não. O rei da sinalização sou eu que sei informar eu o sinal quadrangular e este espaço é só meu. Narrador:  Um sinaleiro que por ali passou o frio nos ossos, o vento nos ouvidos parou a saber a causa do chinfrim alguém estaria mal a precisar de ajuda, ou de hospital? Ouviu, ouviu, a tola discussão e disse por fim: Sinaleiro:    Basta de confusão. Não sei para quê tanta teima e toleima, se um sinal nada vale se aquele que passar não o souber decifrar. Vamos lá ter juízo... cada um no seu lugar A cumprir a sua missão. Todos são precisos. Como preciso é saber entender o que um sinal quer dizer. Um sozinho nada vale seja homem, ou sinal e cada um, ao outro é igual... Narrador:  Envergonhados os sinais sentiram a razão daquele homem de grande coração. E nunca, nunca mais, falaram de reis ou de reinados e cada um foi cumprir a sua missão.

Prevenção Rodoviária Portuguesa