Educao de Infancia
Como é bom comer
Castanhas assadas
E no magusto ver
As meninas coradas.
Na rua está um vendedor
De castanhas assadas
É com esforço e amor
Que faz feliz a rapaziada.
Todo o dia a apanhar chuva
Coitado do vendedor!
Mas à beira das castanhas
Fica cheio de calor.
Hoje partilho com todos, quadras alusivas á época que nos encontramos e sugestões para fazerem com os vossos meninos. Com folhas que caem das árvores, fazemos desenhos engraçados.
Deixem-nos explorar a Expressão Plástica e os Trabalhos Manuais com elementos da Natureza, que muitas vezes são ignorados ou esquecidos por nós e que são tão importantes para os pequeninos.
Eles adoram!
O ouriço já secou
já caiu a castanhinha;
hoje é dia de comer
uma castanha cozidinha.
Cozidinha ou assadinha
na fogueira a saltitar;
hoje é dia de magusto
vamos cantar e bailar.
Uma música sobre o Ouriço, que pode ser o ínicio de uma explicação sobre o que “protege” a Castanha.
Levem Ouriços, levem castanhas, levem folhas de castanheiro para as vossas salas, deixem-nos observar, tocar, cheirar, só tenham atenção é ao Ouriço, para que ninguém se magoe.
Agora que estamos na altura das castanhinhas quentinhas, sugiro que façam com as crianças, um Bolo de Castanha, fácil e delicioso.
Ingredientes
¦ 500 gr puré de castanha
¦ 200 gr açucar
¦ 4 ovos
¦ 2 colherinhas de fermento
Preparação
Bater as gemas com o açucar;
Adicionar progressivamente o puré de castanha e o fermento.
Batem-se as claras em castelo e juntam-se à massa anterior, sem bater.
Levar a cozer em forno médio, em forma untada e polvilhada com farinha, ± 45 minutos.
O ano passado fiz com os meus pequeninos, e em princípio, este ano também vou fazer.
Espero que saiam Bolos de Castanha deliciosos!!!
O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim.
Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e atropelaremos meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar – crac,crac – debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas.
Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar.
Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes.
– Como te chamas? – perguntaram-lhe.
– Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha .
– Que engraçado, Maria Castanha! Queres brincar?
– Quero.
Foram brincar ao jogo do apanhar.
A Maria Castanha corria mais do que todos.
– Quem me apanha? Ninguém me apanha!
– Ninguém apanha a Maria Castanha!
Ela corria tanto. Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele.
Pimba!
O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas à reboleta pelo chão.
A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.
– Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado.
– Foi sem querer – explicaram os outros meninos.
– Eu ajudo a apanhar tudo – disse Maria Castanha, de joelhos a apanhar as castanhas caídas.
E os outros ajudaram também.
Pronto. Ficaram as castanhas apanhadas num instante.
– onde estão os teus pais? – perguntou o vendedor de castanhas à Maria Castanha.
– Foram à procura de emprego.
– E tu?
– Vinha à procura de amigos.
– Já encontraste: nós somos teus amigos – disseram os meninos.
– Eu também sou – disse o vendedor de castanhas.
E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos.
Depois, disse:
– Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas?
– Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.
– Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há – disse Maria Castanha.
– Pois vais saber como é bom.
E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume.
Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau!
– Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra.
– Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.
Do assador subiu um fumozinho azul-claro a cheirar bem.
E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos.
– É bom é – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas.
– Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer cartuchos de papel?
A Maria Castanha não sabia mas aprendeu.
É ela quem enrola o papel de jornal para fazer os cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.
Autor: Maria Isabel Mendonça Soares,” Contos no Jardim”.
Uma história que eu não conhecia, mas que gostei muito.
Foi gentilmente cedida pela colega Rita. Muito obrigada pela partilha.
As partilhas, devem ser enviadas para o nosso endereço de e-mail: estrelinhas@educacaodeinfancia.com
Era uma castanha que estava como as outras, pendurada de um castanheiro.
Chegando o tempo, as castanhas amadurecem e caem por si. Só que esta não caiu.
– Estou bem onde estou e não quero aventuras – dizia.
Uma a uma, as outras dos ramos iam caindo e rebolando pelo chão, protegidas pelo cobertor ouriçado que as cobria até ao nariz. Nariz é modo de dizer…
Vinham os garotos, estalavam-lhe os ouriços e metiam-nos nos bolsos.
A tímida e teimosa castanha desta história a tudo assistia do seu mirante e não gostava.
– A mim não me levam eles – dizia.
Era a única que sobrava em todo o castanheiro. As folhas a fugirem da árvore, sopradas pelo vento, e ela a afincar-se ao ramo, com unhas e dentes.
Unhas e dentes é um modo de dizer…
Sozinha, desabrigada, não estava feliz. Nem infeliz. Sentia até uma ponta de orgulho por ter conseguido resistir tanto tempo. Um sabor de vitória que a ouriçou toda.
– Ai que vou cair – gritou.
Mas, no último instante, conseguiu agarrar-se. Ainda não era daquela.
Entardecia. Um grupo de gente acendera uma fogueira, junto ao castanheiro. Os garotos, que tinham andado às castanhas, e os pais dos garotos e os amigos dos garotos riam e cantavam. Estavam a preparar o magusto da noite de São Martinho.
A castanha solitária, no alto do castanheiro nu, estranhou a vizinhança. E intrigou-se.
Que estaria a passar-se.
Debruçou-se do ramo mais e mais. A madeira a arder estalava, mesmo por baixo da castanha, a última. O fumo entontecia-a. E se fosse ver de perto o que se passava?
Foi. Caiu. E a história acaba aqui. Paciência. É o destino das castanhas. Destino é um modo de dizer…
Hoje deixo-vos uma história de António Torrado, para contarem aos vossos pequeninos e uma imagem para utilizarem com a técnica que melhor se adeque aos materiais existentes na vossa sala ou no meio envolvente.