Palmira é uma coelhinha com quatro anos. Nunca tinha ido à escola e, por isso, no primeiro dia de aulas estava muito excitada.

Quando chegou à escola, viu que havia mais vinte coelhinhos e coelhinhas como ela. Aprendeu logo o nome de todos. O da professora é que ela não se lembrava bem. A professora não era nada parecida com a sua mãe, nem mesmo com a sua vizinha, a coelha Chica.

A professora mostrou-lhe a escola e a Palmira ficou a conhecer tudo e gostou especialmente da casa de banho, com o seu grande espelho. Nele se mirou e voltou a mirar, imaginando-se vestida de bailarina (a sua grande paixão). Não resistiu e fez uma careta, o que é sempre muito divertido. Estava tão distraída que não ouviu que a chamavam. Por vezes, nem a mãe ela ouvia. Não sabia explicar porquê. A mãe chamava-a sempre quando ela estava a fazer uma coisa muito importante, como por exemplo martelar uns pregos… ou… roer todos os pés de alface da horta… Mas agora era hora de começar as actividades. Foram muitas as brincadeiras: cantou muito alto uma canção e a professora teve de lhe dizer:

— Palmira, querida, tens de cantar mais baixinho, senão ficamos surdos.

— Hummm! — resmungou a Palmira.

— Agora podem ir experimentar as coisas da sala.
Palmira correu para as bonecas, mas depois viu os carrinhos e levou as bonecas para junto deles. Depois reparou também nuns belos puzzles, que ela gostava muito de fazer, e levou-os para debaixo da mesa:

— Palmira, tens de brincar com uma coisa de cada vez. Não podes desarrumar tudo ao mesmo tempo! — alertou mais uma vez a professora.

— Hummm! — resmungou a Palmira.

Quando a professora pôs música, a Palmira começou logo a dançar, sem prestar atenção ao que a professora dizia.

— Não, Palmira, não ouviste o que vamos fazer. Vamos pintar.

— Ah! — exclamou a Palmira, e foi a primeira a começar. Pintou uma linda bailarina, depois de se ter observado várias vezes ao espelho, para confirmar as posições. Quando terminou, foi lavar os pincéis à casa de banho. A torneira deixava correr a água com força e a tinta nunca mais acabava de sair do pincel. Divertida, a Palmira pintalgou tudo à sua volta.

— Que lindas cores! — e a Palmira pintou… o lavatório… a bancada… o espelho…

— Palmira?! O que é que estás a fazer? — ralhou a professora.

— Nada… Estou… só a pintar!

— Sim, mas a pintura é para fazer no papel, não nas paredes!

Agora tens de limpar tudo, e depois vais pensar bem no que fizeste — explicou pacientemente a professora.

Palmira limpou as paredes, o espelho e o lavatório e a si própria. Estava aborrecida e pôs-se a pensar com os seus botões:

— Afinal… o que é que eu posso ou não posso fazer?
A escola tem regras muito complicadas!

Nota: Agradeço às mais de 200 000 de visitas por parte de Educadores de Infância, Agentes Educativos e curiosos:

Obrigada a todos os que nos visitaram e que em menos de 6 meses de existência, fizeram deste projecto e da Educação de Infância em geral, uma realidade cada vez melhor.