Educao de Infancia
As mães, referindo-se ao período de integração do bebé na creche, falam dos seus sentimentos, de tristeza, de estranheza quando dizem: “vou sentir falta do meu filho”, “vou ter pena de o deixar a pessoas estranhas” ou “já sinto falta do meu trabalho”. Manifestam receio de não serem aceites no seu estilo de cuidar o bebé quando referem por exemplo “tenho vergonha desta chucha, é a única que ele gosta.”
Referindo-se ao bebé, dizem as mães, que vai sentir estranheza relativamente ao espaço e às pessoas, à forma como vai ser cuidado, à individualização de tratamento: “não vai dormir”; “vai sentir a falta do peito”; “vai precisar de colo para não chorar”; “ vai estranhar o barulho”.
As educadoras, pelo seu lado, referem-se a sentimentos de estranheza, receio de não serem capazes de descodificar correctamente os sinais do bebé que não conhecem; de frustração.
Durante o período de integração na creche poderão surgir, na criança, sentimentos de abandono, dando lugar à ansiedade ou insegurança.
Na creche, é observável que a raiva dirigida contra a pessoa ausente se manifesta muitas vezes quando a mãe vem buscar a criança. Ela tem um comportamento marcadamente ambivalente: se por um lado parece ignorar deliberadamente a presença da mãe, por outro pede-lhe o seu apoio e conforto, chorando e agarrando-se a ela. Esta situação não é bem entendida pela mãe criando sentimentos confusos, aumentando a culpabilização ou ansiedade que nutre por deixar as crianças ao cuidado da creche. Saber que a creche é factor de desenvolvimento para o filho pode compensá-la e de certa forma desculpabilizá-la.
Todos estes sentimentos a par de outros, como o do apego em construção e o do apreço levam, necessariamente, a que se instalem na mãe, na criança e na educadora, sentimentos ambivalentes.
A compreensão destes sentimentos, bem como dos diferentes papéis que implicam especificidade de funções, pode devolver à mãe (e ao bebé) a confiança necessária para ultrapassar com mais tranquilidade esta fase.
Entende-se a creche, como um sistema permanente de relações educativas de comunicação, socialização e individualização com a responsabilidade de protecção da saúde física e mental das crianças. Um ambiente criado para dar continuidade de cuidados prestados pela família à criança, favorecendo, entre outras, a satisfação das necessidades emocionais básicas de intimidade, de atenção, de aceitação, de desenvolvimento da auto-estima, de descoberta e formação do eu em relação com o outro.
Quando os bebés nascem, captam pouco do mundo que os rodeia e compreendem ainda menos. Como os seus sentidos não estão focalizados, eles olham sem perceber o que vêem e ouvem sem entender o que significa o som.
Nas primeiras semanas de vida, nem sequer se apercebem de que estão separados do mundo à sua volta. Não sabem controlar nem o corpo nem o mundo.
Antes de um bebé saber descobrir o seu mundo, precisa de saber onde termina o seu corpo e começa o resto do mundo. Para isso, tem de perceber primeiro o que pode fazer para que as coisas aconteçam, o que seria mais fácil se pudesse controlar o que o seu corpo faz.
Todavia quando o bebé nasce, já possui um conjunto de reflexos que demonstram o seu instinto natural de sobrevivência. Todos estes reflexos desaparecem por volta dos três meses, pois caso contrário, o seu desenvolvimento ficaria comprometido e as novas capacidades não poderiam surgir.
A melhor forma de ajudar e encorajar o desenvolvimento do bebé é através dos sentidos – visão, audição, tacto, olfacto e paladar – porque estes são os meios que utilizará para explorar o mundo antes de se poder movimentar nele sozinho.
Durante os primeiros meses, os bebés pouco mais fazem do que dormir e comer, mas de vez em quando começam a surgir traças da sua personalidade.
Entre os dois e os três meses, o bebé já é capaz de fazer mais coisas e está cada vez mais interessado pelo mundo. A criança bate nos objectos, leva a mão à boca e agarra um brinquedo. Em breve, o bebé percebe que é ele próprio a fazer o barulho com a boca.
Entre os três e os seis meses, o bebé segura no brinquedo e explora-o com as mãos e a boca. Bater e atirar brinquedos parece ser uma resposta universal.
Entre os seis e os nove meses um dos feitos mais importantes dos bebés é conseguir mudar de posição. Conseguem rolar em ambas direcções, sentar-se sem ajuda, sentar-se e virar (sem cair), passar da posição de bruços para a posição de sentado e por fim levantar-se.
Durante estes meses, os bebés dão enormes passos cognitivos à medida que se apercebem do mundo que os rodeia. Entre os nove e doze meses, os bebés parecem estar sempre em movimento.
Os brinquedos de empurrar e puxar são também úteis pois dão à criança algo a que se pode agarrar, dando apoio.
Os bebés estão assim a aprender habilidades novas e a conseguir mover-se e a tentar descobrir como é que as coisas funcionam através de exploração.
É função do Educador de Infância, planificar e criar todas as condições necessárias para estimular o desenvolvimento dos bebés, nunca esquecendo que cada bebé tem o seu próprio ritmo.
Os primeiros anos são fundamentais para a formação da personalidade do bebé. Será papel do educador ajudá-lo a seguir em frente e caminhar com ele na apaixonante aventura de crescer.
Qualquer bebé transforma um objecto – por mais estranho que pareça – num brinquedo.
Fonte: Programação e planificação na creche 0-1 ano: Bola de Neve
08:30 h – 09:30 h – Acolhimento
09:40 h – 10:30 h – Momento de Tapete
10:30 h – 11:00 h – Momento de Actividades Direccionadas / Exploração Livre
10:40 h – 11:20 h – Momento de Exterior
11:20 h – 11:45 h – Higiene (lavar as mãos)
11:45 h – 12:30 h – Almoço
12:30 h – 13:00 h – Higiene (lavar as mãos e mudar a fralda)
13:00 h – 15:40 h – Repouso
15:40 h – 16:00 h – Preparação para o Lanche
16:00 h – 16:30 h – Lanche
16:30 h – 16:40 h – Higiene (lavar as mãos e mudas a fralda)
16:40 h – Exploração Livre / Saída
Esta “rotina” foi uma partilha da Inês Gonçalves para que as colegas consigam elaborar uma adaptada à vossa realidade. Esta é apenas um exemplo.
Este Quadro das Presenças é muito simples ideal para os Educadores que têm crianças até aos 2 anos, ou seja para aqueles que trabalham em Creche, contudo os meninos de Jardim de Infância também o podem usar.
As crianças todos os dias colocam as suas fotografias em “Casa” ou na “Creche”.
Esta foi uma partilha da colega Susana Fidalgo. Muito Obrigada Susana.
” Centros de Interesse na Creche ” ( 0-1 ano, 1-2 anos e 2-3 anos);
” Aprendizagem activa na creche”
Manual de creche eficiente
Crianças familias e creches, gabriela portugal, Porto editora
Guia da Criança , Proteste.
Manual de Cuidadoras de crianças em creches, maternais e pré-escolas.
Os primeiros anos do seu filho, Civilizaçã.
Aprender cedo, Editorial Estampaposta.
” Desabrochar dos 0- 2 anos”,
” Um novo olhar sobre as rotinas”,
” Grelhas de Observação/ Avaliação”,
” actividades ludicas de estimulação de bebés”,
” Como organizar e equipar um ambiente educativo em creche”
” Programação e planificação na creche : 0-1 anos ( brinquedos) ; 1-2 anos ( Eu e o Mundo) ; 2-3 anos ( Animais);
” Grelha de avaliação diagnostica na creche” Todos da Editora Bola de Neve.
A Enciclopédia ” Lua cheia ” da Editora Mundicultura.
A Enciclopédia “Vamos brincar” da Marina Editores.
Uma partilha da colega Patricia F. Obrigada Patricia.
Objectivos:
Maior autonomia física
Aquisição da marcha, correr, subir, descer, saltar, vestir, despir
Aquisição de maior controlo e coordenação motora
Conhecimento dos espaços, permitindo para isso uma exploração activa dos objectos
Estimular a percepção auditiva, táctil, visual, gustativa e olfactiva
Conhecimento do seu esquema corporal de forma a saber nomear as várias partes do corpo
Boa preensão do lápis, colheres, etc.
Estratégias:
Andar de cavalinho, triciclo
Fazer brincadeiras livres
Fazer modelagem (massa), desenho, rasgagem
Imitar os animais a andar
Fazer comboios e rodas
Fazer jogos de movimento
Fazer jogos de encaixe
Deixar a criança comer sozinha
Dar revistas e livros à criança para manusear
Colocar um espaço com material (obstáculos) que a criança possa transpor de diversas formas: escorrega, mesas, cadeiras, almofadas…