Educao de Infancia
A primavera tinha chegado finalmente. A Natureza reencontrara as suas belas cores.
As flores abriam as pétalas para melhor se colorirem. Os animais cantavam e brincavam.
Estavam todos felizes. Todos, à excepção de uma borboleta branca. Só ela se lamentava. Estava desesperada. As suas grandes asas eram completamente brancas. Gostaria de ser uma borboleta multicolor. A Natureza tinha-lhe pregado uma partida.
Então, chorando de tristeza, procurou incansavelmente um meio de se colorir, esfregando-se com o pólen das flores ou rebolando-se na erva molhada.
Uma bela manhã, banhou-se na lama. Uma rã, que habitava perto, não acreditou no que os seus olhos viam: “Ter prazer em se sujar deste modo, é deveras repugnante!”
Mas, ao secar, a lama quebrou-se e transformou-se em pó que voou ao sabor do vento. As asas da nossa borboleta, de novo, imaculadas de brancura. Que decepção!A borboleta branca pensava que, se comesse cenouras, podia ficar cor-de-laranja. Por isso, foi visitar o seu amigo coelho. Infelizmente, não conseguia trincar tão grande legume. Teve de renunciar ao seu projecto.Um dia esfregou-se num enorme morango. O sumo fez-lhe muitas manchas vermelhas nas asas. A borboleta branca ficou muito contente. Mas uma joaninha que descansava numa folha disse-lhe intrigada:
– Que te aconteceu? Feriste-te?
A joaninha tinha confundido o sumo vermelho do morango com sangue!
Muito humilhada, a borboleta branca lavou as asas numas gotas de orvalho.
Chegara o Verão. As borboletas resplandeciam ao sol como papagaios multicolores. Para elas, era uma festa. Mas não para a nossa borboleta branca. A sua vergonha era tão grande que, amuada, pousava numa margarida para se esconder. Esta flor era a sua única amiga. Também ela tinha, em vão, utilizado todos os meios para se colorir.
Um dia, aconteceu que Fabrice, um rapazinho, passou no campo com a sua rede de borboletas, para apanhar as mais bonitas de entre elas. A borboleta branca não se assustou, pensando que a sua brancura não cativava aquele pequeno caçador. Contudo, Fabrice parou junto dela, admirado, e perguntou-lhe:
– Porque és toda branca? Que te aconteceu para perderes as tuas cores?
– Pobre de mim! Nunca as tive; os anjinhos-pintores devem ter-se esquecido de mim.
– Pobre borboleta! È triste o que te aconteceu. Mas… tenho uma ideia… amanha voltarei para cuidar de ti.
Mal chegou a casa, Fabrice procurou a sua caixa de aguarelas:
– Amanhã, vou pintar as asas daquela pobre borboleta branca.
Na manhã do dia seguinte, partiu ás pressas, com a caixa das aguarelas debaixo do braço, para ir ter com a sua amiga que o esperava pousada numa papoila:
– Trouxe as minhas tintas para pintar as tuas asas. Ficarás a ser a mais bonita das borboletas.
Então Fabrice escolheu as cores mais bonitas para pintar as asas da borboleta. No final, tremendo de alegria e de emoção, ela foi mirar-se num charco de água. Virava-se, tornava-se a virar, dava voltas e mais voltas. Não estava a sonhar, as suas asas já não eram brancas!
Todos os animais da vizinhança ficaram pasmados. Não acreditavam no que viam: aquela borboleta era realmente extraordinária.
A borboleta branca estava feliz, causava a admiração de todos. A meio do Verão, os insectos organizaram um concurso de beleza. Pela primeira vez na sua vida, a nossa borboleta pode participar. Foi vivamente aplaudida e o júri admirou as suas cores raras, a tal ponto que lhe concebeu o “pistilo” de ouro. Era um sucesso!
– Numa bela tarde, uma menina, Aurélia, parou junto desta esquisita borboleta de asas diferentes:
– Tenho de a apanhar para a minha colecção!Correu atrás dela e não tardou a prende-la na sua rede. Mas, de repente, umas grandes nuvens negras deixaram cair uma chuva que apagou as belas cores da borboleta. Aurélia, espantada e desiludida, soltou-a.
Tremendo de medo, a borboleta esvoaçou e, depois, rodopiou de alegria: a sua brancura e a chuva acabaram-lhe de lhe salvar a vida. Muito alegre, a borboleta branca foi ter com a margarida, que continuava triste por ser branca:
– Não sabes a sorte que tens por seres branca. Se fosses colorida, há muito que te teriam colhida, minha amiga.
– Tens razão, não tinha pensado nisso – admitiu a margarida, corando de prazer.
– E olha para a lua!… Também ela é branca e é muito feliz assim! A nossa borboleta branca e a margarida desataram a rir. O branco era tão bonito!…
O Sol convida-me
a brincar e a saltar,
e as minhas plantas
pedem-me para as regar.
Uma nuvem branca diz-me,
corrento atrás do vento,
que brinque às escondidas
como se ela estivesse perto.
O vento acompanha-me,
na brincadeira traquina
quando trepo a uma árvore
ele toca-me na barriga.
Para desfrutar do sol,
ao Jardim eu quero ir.
Que se abra já a porta,
para eu o poder sentir!
Castanhas, Castanhas
tão quentinhas com sal.
Quentinhas e assadinhas
a ninguém faz mal.
Castanhas assadinhas
com sal são saborosas
Quentinhas e boas
são tão gostosas!
Autor desconhecido
Para aprender a ler é necessário ter o conhecimento consciente de que a linguagem é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas – Consciência Fonémica – e que as letras do alfabeto são a representação gráfica desses fonemas Princípio Alfabético.
A Consciência Fonémica é uma competência difícil de adquirir porque, na linguagem oral, não é perceptível a audição individual de cada fonema. O Princípio Alfabético é igualmente difícil devido às irregularidades existentes nas correspondências fonema <=> grafema.
Para aprender a ler é ainda necessário saber juntar os diversos fonemas e sílabas – Fusão Fonémica e Silábica; saber segmentar as sílabas e os fonemas constituintes das palavras – Segmentação Silábica e Fonémica – e saber encontrar a pronúncia correcta de cada palavra para aceder ao seu significado.
Hoje quero saber como andam as histórias nos nossos Jardins de Infância. Sem querer criticar ninguém que não é para isso que aqui estamos, gostava de saber com que regularidade lêem para os vossos pequeninos?
Todos sabemos que como Educadores livres que somos, pudemos ler mais ou menos histórias e também sabemos que a leitura é fundamental para as nossas crianças.
Por isso, a partilha de hoje é vossa! Lêem histórias todos os dias? Semanalmente? Mensalmente? Quando a criança trás um livro de casa?
Contam lengalengas? Trava-línguas? Poemas?
Não tenham medo de responder, não estamos a querer julgar ninguém, queremos apenas saber para colocar material que vos ajude nas vossas necessidades. Se comentarem a dizer que só contam história de mês a mês porque a vossa escola não tem recursos, nós compreendemos, porque conhecemos realidades assim e talvez possamos ajudar com a partilha de histórias/lengalengas/trava-línguas e poemas.
As histórias que lêem foram vocês que adquiriram ou são da escola?
Têm uma altura do dia destinada à leitura? Qual é?
Usam uma vela para contar histórias?
Têm uma área para a biblioteca na vossa sala?
Se não quiserem responder a tudo, pelo menos respondam com que regularidade lêem histórias às vossas crianças.
Onde está a minha filhinha?
Grita a galinha.
Não está no quarto
Grita o gato.
Não está na mão
Grita o cão
Não está no gaio.
Grita o papagaio.
Não está na rua
Grita a perua.
Ela está aqui,
Dentro do meu ninho,
Grita o ratinho.