Educao de Infancia


Aspectos importantes para uma Educação de Qualidade

Jun 2, 2009 Autora: Raquel Martins | Colocado em: Educação de Infância

ASPECTOS IMPORTANTES PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE:

1) Organização de espaços: condição basilar para formação da criança. Espaços amplos, diferenciados onde haja um fácil acesso por parte das crianças.

Espaço: extensão indefinida, meio sem limites e que contem todas as extensões finitas. É algo físico, liga-se aos objectos que ocupam esse espaço. É um conjunto complexo onde a vida acontece – vertente racional.

Para a criança o espaço está cheio de sensações, odores, lembranças e grandezas. É também um ambiente de aprendizagem, e reflecte a aprendizagem. Reflecte as actividades que se desenvolvem, as relações entre alunos/professor, relações com o exterior. Reflecte tb os nossos interesses e dos nossos alunos – intervenientes do processo educativo. Reflecte o modo como o educador concebe a vida.

“O ambiente fala mesmo que nos mantenhamos calados”

Quando nos referimos a um espaço físico, referimos os móveis que lá existem, os materiais didácticos e decoração.

ESPAÇO/AMBIENTE:

– dimensão física: só a parte material

– dimensão funcional: forma como utilizamos o espaço

– dimensão temporal: a organização dos espaços/tempo tem de ser coerente. Refere-se ao ritmo de cada actividade

– dimensão racional: diferentes modos de as crianças terem acesso aos espaços. Normas e modos como elas se estabelecem, se são impostas ou se são de consenso. Está relacionado com os diferentes agrupamentos das crianças e com o papel do educador nessas actividades

O ambiente só existe com todas estas dimensões a interagirem entre si.

– ESPAÇO COMO ELEMENTO CURRICULAR: é uma condição externa, primordial e basilar para facilitar o processo educativo, não só ele, mas ele em conjunto com os objectivos previamente estabelecidos num plano no início do ano, e os métodos que caracterizam o nosso estilo de trabalho.

Como elemento curricular, o espaço passa a fazer parte dos nossos projectos. É um recurso educativo que reflecte a nossa concepção metodológica.

– ALGUNS ELEMENTOS PODEM CONDICIONAR A ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS:

Condições climáticas

Recursos existentes, nomeadamente, a biblioteca, as condições arquitectónicas da escola e os espaços externos á escola e a sua apropriação, nomeadamente, recreios, equipamentos e características do recreio.

– A SALA DE ACTIVIDADES: elementos que lhe são próprios:

– espaço físico: janelas, pontos de água, (torneiras), armários fixos, etc.

– mobiliário: a sua quantidades, se há falta de espaço ou excesso de mobiliário, de que tipo (leve, pesado, polivalente, adequado as crianças).

– materiais: a sua variedade e segurança, a organização dos mesmos – é importante que promovam a autonomia.

– MODELOS PEDAGÓGICOS QUE CONDICIONAM O ESPAÇO PEDAGÓGICO

– AS CRIANÇAS: cada uma tem necessidades específicas, meio do qual provêm.

– EDUCADOR: tem valores que são susceptíveis de condicionar a orgânica, e a sua experiência, ou não, a sua criatividade, ou não, e ainda aspectos pessoais.

CRITÉRIOS PARA A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS:

– sensibilidade estética:

# cor – espaços coloridos e harmoniosos

# originalidade e criatividade

# personalidade da sal – reflectir a identidade das crianças e valorizar os seus trabalhos

# incluir réplicas de obras de arte

– polivalência: permitir que os espaços possam ser utilizados para vários fins

– transformação dos espaços

– diversidade

– segurança

– autonomia

– diversidade: é importante varias de estruturas

MODELOS DE ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA:

1)      territórios pessoais – trabalhos pessoais

2)      distribuição por áreas de actividades – rotatividade das crianças em diferentes lugares da sala. Esse lugares são especializados

3)      modelos mistos – existem tanto territórios de trabalho individual, como tb existem especializados

Em 1988 as taxas de cobertura da educação pré-escolar (3-5 anos) rondavam os 36% (PRODEP, Programa para o Desenvolvimento Educativo em Portugal) comparativamente às taxas de países do Norte da Europa que abrangiam entre 60 a 80% das crianças. Em 1994 o Conselho Nacional de Educação convidou o conselheiro e investigador João Formosinho a emitir um parecer sobre a situação da Educação Pré-Escolar em Portugal (Formosinho, 1994). Este parecer evidenciou a fragmentação dos serviços por vários ministérios e a falta de coordenação entre eles; a inexistência de uma transição eficaz para o 1º ciclo do ensino básico; a predominância de funções assistenciais sobre as educativas; as diferenças de salários e de condições de trabalho entre os educadores de infância. O parecer, elaborado após amplo processo de consulta a profissionais, investigadores e serviços, foi muito bem aceite na opinião pública. Recomendava que o Estado, para além de apoiar financeiramente a educação pré-escolar, desempenhasse, em conjunto com as autarquias, um papel mais decisivo no processo de desenvolvimento do sistema de educação pré-escolar. Esta conjuntura trouxe a educação pré-escolar para o debate público e para a agenda política, tornando-a motivo de interesse nacional.

Após a mudança governamental de 1995 foi elaborado um Relatório Estratégico para o Desenvolvimento e Expansão da Educação Pré-Escolar (Formosinho e Vasconcelos, 1996), o qual deu origem ao Plano de Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar em Portugal (ME, 1996). Na sequência deste Plano foi apresentada à Assembleia da República a Lei-Quadro para a Educação Pré-Escolar (Lei 5/97), a qual dava orientações políticas claras para o processo de expansão da rede de jardins-de-infância. Considerava a educação pré-escolar como primeira etapa da educação básica, alicerce e suporte de uma educação ao longo da vida e consagrava a articulação de esforços entre o Ministério da Educação e o Ministério da Solidariedade no sentido de garantir a dupla componente educativa e social da educação de infância. Introduzia ainda o conceito de tutela pedagógica única e definia a existência de uma «rede nacional de educação pré-escolar» constituída por estabelecimentos de iniciativa pública e privada, nomeadamente solidária.

A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar definia assim os objectivos para a educação pré-escolar (artigo 10º):
•    Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania;
•    Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade;
•    Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem;
•    Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas;
•    Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
•    Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
•    Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e segurança, designadamente no âmbito da saúde individual e colectiva;
•    Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança;
•    Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade».

A nova lei preconizava objectivos não apenas ligados ao desenvolvimento sócio-emocional mas também intelectual, enunciava princípios claros de educação para a cidadania e afirmava o papel da educação pré-escolar na correcção de assimetrias sociais e na igualização de oportunidades. Concebia uma educação pré-escolar em estreita articulação com a educação de adultos e implicando o desenvolvimento destes à medida que participavam nas instituições para a infância.


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