Educao de Infancia
As crianças apresentam sintomas variados, nem sempre fáceis de relacionar com o abuso sexual. Existem casos em que não há evidência de sintomas imediatos, e posteriormente surgem alterações psicológicas que indicam que a criança foi abusada na sua intimidade.
As crianças têm uma imaginação fértil que, por vezes, as leva a fantasiar e a mentir, é raro que o façam acerca de abuso sexual. A maioria dos relatos de abuso é verdadeira.
É um acto através do qual um adulto obriga ou persuade um(a) menor a realizar uma actividade sexual não adequada para a sua idade e que viola os princípios sociais atribuídos aos papéis familiares.
Pode acontecer entre menores.
Pode ser intra ou extrafamiliar (sendo mais frequente a primeira situação) e ocasional ou repetido ao longo da infância.
A entrada na escola é um mudança significativa tanto na criança como na família.
Esta situação nova é motivo de preocupação e emoção, causando alguma ansiedade familiar, sendo a criança aquela que mais sente.
Esta ansiedade escolar é por vezes responsável pelo insucesso escolar, que é resultado da falta de adaptação à escola, e não por falta de inteligência ou dedicação da parte da criança.
Hoje em dia verifica-se um maior distanciamento entre pais e filhos. Os pais procuram garantir todas as necessidades da criança, esquecendo-se do mais importante que são os afectos.
As crianças desenvolvem alguns receios e medos de não serem compreendidos por parte dos adultos.
Numa fase da infância é normal as crianças terem medo:
da escuridão;
dos monstros;
de bruxas;
outras figuras de fantasia.
Nos casos em que perduram e interferem com o dia a dia da criança, é sinal que podem necessitar de ajuda.
Perturbação ansiosa sendo a mais comum a Ansiedade de Separação;
Os medos infantis apresentam-se sob a forma de :
Ansiedade excessiva: choro, acessos de raiva, apatia ou recusa social depois de ter ficado afastada dos pais, pode levar ao pânico, (ex: separação dos pais, doença ou morte de alguém querido).
O que é a ansiedade?
A Ansiedade é um estado afectivo ou emocional, como o medo, o amor, o ódio, a alegria, a raiva , a vergonha e a culpa.
É uma emoção que sentimos perante determinadas situações ou pensamentos.
É considerado um sentimento humano normal, já que todos nós nos deparamos com ela em determinadas situações que nos parecem ser ameaçadoras ou difíceis, sendo natural ficarmos nervosos, tensos e/ou agitados.
Em determinados acontecimentos pessoais ou sociais em que somos submetidos a uma avaliação, é comum que fiquemos ansiosos perante (por exemplo: um exame, uma entrevista profissional, um primeiro encontro), porque isso permite-nos activar alguns recursos que nos ajudam a enfrentar essa situação.
A Ansiedade passa a ser problemática e motivo de preocupação, quando os sintomas são em excesso ou se mantêm durante longos períodos de tempo e, também quando se manifesta em situações em que a ameaça é apenas imaginária.
Nestes casos, estes sentimentos poderão trazer consequências negativas para o bem estar do individuo incapacitando-o de levar uma vida normal.
O sentimento de ansiedade nada mais é que uma resposta do sujeito à percepção de uma ameaça de perigo iminente.
Neste sentido o sentimento de ansiedade é acompanhado de sensações físicas relacionadas a órgãos específicos do corpo, os mais frequentes são os ligados ao sistema respiratório e cardíaco, preparando o organismo para a probabilidade de tomar atitudes drásticas como por exemplo a necessidade fugir.
Por vezes a ansiedade é confundida com o medo, mas enquanto que o medo é uma resposta que o organismo dá a uma situação de perigo real, actual e imediato, a ansiedade é a resposta a uma ameaça que pode ser desconhecida e indefinida, pode ter origem em conflitos internos, sentimentos e pensamentos que se tem e que são disfuncionais.
A Agorafobia a ansiedade ou esquiva a locais ou situações das quais poderia ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível, no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico.
(ex., medo de ter um ataque súbito de tontura ou um ataque súbito de diarreia)?
Os temores agorafóbicos tipicamente envolvem agrupamentos característicos de situações, que incluem:
Estar fora de casa desacompanhado; estar no meio de uma multidão ou permanecer numa fila; estar em cima de uma ponte; viajar de autocarro, comboio, carro.
As situações são evitadas (por ex., viagens são restringidas) ou suportadas com acentuado sofrimento ou com ansiedade acerca de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico, ou exigem companhia.
A esquiva de situações pode prejudicar a capacidade do indivíduo de ir trabalhar ou realizar actividades quotidianas (por ex., fazer compras do dia-a-dia, levar os filhos ao médico).
A ansiedade ou esquiva fóbica não é melhor explicada por uma outra perturbação mental.
Qualquer ser vivo necessita de condições mínimas para existir: as plantas necessitam de terra, de água, de luz, de ar, de humidade; as diferentes espécies animais precisam de condições específicas para poderem sobreviver. Por exemplo, os peixes precisam de água, os pinguins de gelo e os répteis de muito sol. Contudo, a qualidade da existência das espécies depende da qualidade dessas mesmas condições. Por exemplo, peixes que vivem em águas poluídas poderão não sobreviver.
Também o ser humano necessita de condições mínimas para a sua sobrevivência. Pelo facto de o ser humano ser mais complexo, são mais complexas também as condições necessárias para o seu desenvolvimento normal. Precisa de condições mínimas ao nível da sobrevivência física, emocional e social.
Em todas as espécies, cabe aos mais velhos proporcionar condições de desenvolvimento aos mais novos (alimentos, segurança física…), garantindo, assim, a sobrevivência da espécie. Ora, os mais velhos desenvolvem um conjunto de “tratos”, de formas de “tratar” os mais novos, e espera-se que esses “tratos” favoreçam as condições essenciais ao seu desenvolvimento físico, motor, intelectual, emocional e social.
O conceito de Maus-Tratos diz respeito, precisamente, a uma forma desajustada de tratar os indivíduos. Todos os indivíduos têm direito a ser bem tratados, daí que seja um dever de todos dar bons-tratos às pessoas com quem se relacionam, assim como também estar atentos, para identificarem eventuais maus-tratos de que algumas pessoas possam ser vítimas.
O conceito de abuso diz respeito àqueles comportamentos, àqueles “tratos” que os adultos mantêm com as crianças, mas que não são adequados, por serem “abusivos” em relação àquilo a que a criança tem direito.
O conceito de abuso parte do princípio que os indivíduos têm direitos e deveres e os pressupostos da psicologia social, nomeadamente dos mecanismos de pressão e de influência social.
As relações sociais são pautadas por negociações entre as pessoas, pelas influências que umas exercem sobre as outras, por actos e comportamentos em que, muitas vezes, as pessoas usam o seu poder (poder económico, hierárquico, físico, etc.)
Para regular as relações entre as pessoas, as sociedades estabelecem regras e limites para a actuação de um indivíduo sobre os outros. Por outras palavras, a sociedade atribui a cada indivíduo determinados direitos que devem ser respeitados pelos outros indivíduos. A noção de abuso corresponde, precisamente, a actos/comportamentos prejudiciais a outrem que determinado indivíduo comete na relação como o outro, ao modo como o primeiro indivíduo faz uso dos seus direitos e poderes, resultando no desrespeito pelos direitos do outro indivíduo.
Assim, tratar bem um indivíduo implica respeitar os seus direitos, isto é, não abusar dos seus direitos. Abusar dos direitos de um indivíduo consiste em NÃO o tratar bem, ou seja, tratá-lo mal, logo, praticar um mau-trato.
Os maus-tratos, ou seja, as variações de formas em que se pode não tratar bem um indivíduo – dito de outro modo, em que se pode tratar mal um indivíduo -, incluem os abusos aos direitos desses mesmos indivíduos.